Rated Album #4: A Head Full Of Dreams
Hora de mais um Rated Album e agora é a vez da banda britânica Coldplay! “A Head Full Of Dreams” é seu sétimo álbum de estúdio e foi lançado na última sexta (04). Infelizmente, vazou na internet vários dias antes. Mas isso não atrapalhou em nada as vendas, que antes do término de uma semana já batem 160.000 cópias, concorrendo diretamente pelo primeiro lugar nas Charts contra “25” da Adele. Já é motivo para o melhor Rated Album de todos ou quer mais?
O disco foi composto em resposta a “Ghost Stories”, o anterior da banda lançado em 2014. Ele era melancólico e um grito desesperado de socorro por parte do vocalista, Chris Martin, que passava por problemas sérios no casamento com a atriz Gwyneth Paltrow. Dessa vez Chris quer dar a outra face. (Agora o jogo virou, não é mesmo?). Com boatos de a banda estar considerando uma pausa na carreira por alguns anos, não seria certo terminar a linda história que Coldplay construiu com tristeza. É hora de celebrar o que passou e inspirar os fãs com esperanças para o futuro.
AHFOD conta com diversas participações especiais. Na verdade, é a primeira vez em que há tantas em um álbum na história da banda. Indo desde de Beyoncé até o filhinho de Martin, Moses. Ex-mulher e atual. Grandes produtores como Stargate. Do DJ Avicii ao guitarrista Noel Gallagher. Agora tudo ficou mais especial, né?
(Apenas avisando, esse é o Rated Album mais colorido que já fiz. Cuidado para não cegar os olhos. Mas é por uma boa causa!)
1
!ALERTA GOOD VIBES! A melhor introdução possível que o Coldplay podia fazer para um novo álbum num momento tão diferente da carreira. A música que leva o nome do disco de fato resume e, ao mesmo tempo, nos explica o resto. Ela tem pegadas bem pop e atuais, isso fica nítido na batida, mas não perde a essência de alguns dos melhores trabalhos antigos da banda. A magia dos ecos, das melodias épicas, nessa letra que mostra um jeito tão diferente de ver a vida. E isso pode agradar tanto a fãs antigos da banda quanto os novos, aqui eles pensaram em todos.
Sem falar na construção por trás de cada trecho. Embora contenha eletrônico, que atualmente é sinônimo de “sem qualidade”, ela é muito rica musicalmente. Até seu pop não é chato de ouvir. Provavelmente a primeira em alguns anos que se pode curtir tanto em uma balada quanto relaxando e lendo um livro. Cheia de versos inspiradores como “Você pode ver a mudança que você queria, seja o que você quer ser” que refletem a paz interior que a canção nos trás. Infelizmente, tudo isso em pouco tempo. Para uma banda acostumada a músicas de seis minutos, esses maravilhosos três são quase uma ofensa. A parte boa, é que deixa aquele gostinho de “quero mais” pra continuar o resto do álbum.
2
Logo de começo já é contagiante (te faz imaginar ser uma nova “Charlie Brown”) e seu refrão e conclusão também. Bird contém alguns trechos e melodias bem “épicos” e gostosos de ouvir. Com uma letra quase que em resposta ao álbum Ghost Stories, cheio de lamentações pelo recente divórico do vocalista, aqui ele fala sobre a beleza de ser livre. Mesmo assim a música num geral acaba por ser apagada. Chris parece mais entediado ao cantar do que eu ao ouvir. E acredite, fiquei bem entediada. Acredito que por ser indie é a mais exótica do disco, então os amantes desse estilo vão realmente se apaixonar. Não é ruim. Apenas não é pra mim, mas pode ser para você!
3
!ALERTA QUEEN B! Em questão de pop, é a melhor do álbum. Afinal, conta com a presença de ninguém mais ninguém menos do que Beyoncé! Isso pode não conquistar os fãs de longa de data, mas para os novos ou apenas amantes do som de Coldplay é uma evolução e tanto. Ótimos arranjos e uma melodia deliciosa de ouvir disfarçam e talvez até compensem a letra sem significado.
Quem ouve os primeiros segundos com canto de pássaros nem imagina que o que vem a seguir são confissões sobre estar bêbado. Outro ponto em que deixa a desejar é na própria participação da artista que mal foi explorada, fazendo vocal de apoio na maior parte do tempo. Feito com muito cuidado e sem destoar, lógico, mas um pouco mais de Queen B não faz mal a ninguém! De qualquer modo, ao ouvir esse refrão chiclete de provável novo single, qualquer um esquece disso.
4
É difícil de engolir a primeiro momento. Principalmente porque parece não combinar com o resto de “AHFOD”. Mesmo com a letra e melodia simplesmente maravilhosas, lembra mais a tristeza do Ghost Stories. Aliás, tem muito haver com aquele álbum, também falando da separação de Martin e Paltrow. De forma extremamente mais agradável e livre, mas ainda assim. Por coincidência ou não, Gwyneth ajudou a compor alguns trechos e foi chamada para vocal de apoio dos mesmos. Ou seja, literalmente da para sentir o sentimento dos dois em volta de terem que seguir em frente. Isso trás tanto pontos negativos quanto positivos para o resultado.
5
É divertida e uma das mais canções mais dançantes do Coldplay até hoje! A guitarra e o ritmo irão agradar principalmente aqueles que curtem o estilo de Daft Punk. Eu pessoalmente não gostei dessa faixa. O fundo psicodélico é repetitivo e após poucas vezes ouvindo já não se aguenta mais. Os pontos altos realmente são os trechos sem esse fundo e o final, apesar de ele mais parecer algo que se encontraria na discografia do Maroon 5. A mudança pode não agradar a todos.
6
!ALERTA SINGLE! Com uma das melhores, se não a melhor composição do álbum, Fun acrescenta ainda mais positividade a A Head Full Of Dreams. Com participação especial da cantora estreante, e já queridinha da mundo musical, Tove Lo como backing vocal, diferentemente da participação de Beyoncé, essa simplesmente completou a música sem necessitar de mais. Mesmo que também tenha sido pouco explorada, se vê claramente que a canção não precisava de nada, além disso, para ser perfeita. O ritmo é contagiante e o refrão mágico. As batidas no fundo também são um diferencial. Essa faixa com certeza é uma das com maior potencial para single.
7
A faixa é apenas um bônus que serve mais como momento de reflexão e introdução para a próxima. Ela trás um lindo poema sobre aprender com a vida ditado por Barack Obama (isso mesmo, o presidente!) seguido de um trecho de “Amazing Grace” cantarolado pelo mesmo. Mesmo assim admito que achei bem desnecessário. Mas a intensão é legal.
8
Pode parecer chata de início, mas a canção te conquista aos poucos. Primeiro com o refrão super relaxante e “good vibes” e também com a letra, romântica e poética. O som é um dos mais exóticos de todo o álbum, sendo mais como algo experimental por parte da banda. É também dividida em duas partes, uma mais agradável e outra com pegada mais sombria, chamada de “X Marks the Spot”, que está nos últimos 3 minutos. Cheia de vocais robóticos e uma divertida melodia, essa música “escondida” consegue ser dark e ainda combinar com o contexto do disco.
9
Essa faixa é para entrar no ranking de favoritas de qualquer fã antigo da banda. Amazing Day tem diversos elementos dos maiores hits do começo da carreira do Coldplay. Vocais sofisticados juntamente a uma das melhores letras do álbum, acompanhado de um som que estamos acostumados a ver desde sempre nas canções deles. Bem trabalhado, com bateria, guitarra, piano e tudo mais o que se tem direito! E os high notes de Martin? Nada a declarar. Não tem como não se apaixonar.
10
Como Kaleidoscope, é um “interlúdio” usado para separar partes musicais, introduzindo a próxima faixa. É possível notar também um pouco de vocais de Beyoncé.
11
!ALERTA PERFEIÇÃO! Calma, bem composta e inspiradora, quase como um poema de tão sutil. Tudo isso, sem perder a característica de um hit. A melodia contagia e o refrão além de ser fácil de decorar após uma vez ouvindo (já que são 6 minutos!) também gruda na mente. Escutando apenas por cima não se imagina a profundidade da canção ou quantos dias ela capaz de não sair de sua cabeça. Tem até um solo de guitarra fantástico de Mr. Noel Gallagher pra ninguém botar defeito! Além disso, também conta com a atual namorada de Martin, Annabelle Wallis, como vocal de apoio e seu filho de 9 anos com a ex-mulher no pandeiro. Ou seja, Up & Up não é apenas linda, é familiar, sentimental, da qual fica nítido em cada segundo sem muito esforço. Realmente, uma das melhores dessa nova era da banda.
12
!ALERTA O CHORO É LIVRE! Impossível não se emocionar. Miracles é uma faixa bônus disponível apenas nas versões de alguns países e na verdade faz parte da trilha sonora do filme de superação “Unbroken”, dirigido por Angelina Jolie. A canção descreve cada sentimento do filme, dor, desespero, esperança, coragem. O jeito como Chris canta, toca no fundo da alma e deixa uma cicatriz. Ele a encerra gritando a plenos pulmões sobre como o que foi ruim já passou. E acredito que leve isso pro lado pessoal em relação ao que tem acontecido em sua vida. De forma que deixa tudo mais sensível e muito mais inspirador. Agora até eu acredito em milagres!
Avaliação: Alegria, tristeza, esperança, paz, eletricidade, estranheza. O sétimo álbum do Coldplay pode provocar dezenas de sentimentos ao mesmo tempo em cada tipo de pessoa. É intenso, profundo, reflexivo, sem perder sutilidade e a simples vontade de querer dançar cada música. É dedicado a fãs antigos, fãs novos, haters, crianças, adultos. A Head Full Of Dreams fala sobre qualquer um, descreve a vida de todos nós. De cada sonho e derrota. E é por isso que a nova fase da banda não devia ser motivo de briga. Eles se expandiram muito musicalmente, acrescentando mais de um estilo, experimentando coisas novas e mesmo com a saudade dos antigos discos, só nos resta aprender.
Uma resposta a altura da melancolia do antigo álbum e não apenas isso, também completa os dois trabalhos como um só. Se esse realmente for o fim, fecha com chave de ouro. Se não for, nem imagino o que de melhor há por vir. E por isso que a nota é...
Chegamos ao fim de mais um Rated Album! Obrigado por ler tudo e espero que tenha gostado. Fãs de Coldplay costumam ter opiniões bem diferentes, então se sinta livre pra dizer a sua nos comentários. Essa foi apenas a minha humilde avaliação. Siga nas redes sociais e fique atento a novos posts! Tchau!
Mari
0 comentários: